segunda-feira, 7 de janeiro de 2013





















Sabe o que queria? Poder ser feliz sem ter medo. Queria apostar nas pessoas, criar expectativas, sonhar, fazer planos, confiar nelas sem ter medo de me decepcionar, sem medo de me frustrar. Queria ser feliz por completo, felicidade que não caiba dentro de mim e que vai precisar ser expressa com escandalosas gargalhadas. Queria acordar sem sentir saudade dos que me esqueceram, dos que se foram, queria poder lembrar de certas coisas e apenas sorrir. Queria saber escolher o que é melhor pra mim, queria errar menos nas minhas escolhas. Queria ter plenitude, estou fatigado dessa felicidade oscilante, com picos de euforia e depressão. Queria poder responder sem pensar duas vezes quando me perguntarem se eu estou bem: sim, eu estou bem e sorrir de verdade, nada de esconder sofrimentos, lonjuras, espinhos cravados na carne, queria mais verdade, das pessoas, de mim mesmo. Herdei talvez um dom de escolher pelo errado, pelo prejudicial, pelo que vai doer, pelo que vai se perder. Queria poder conviver com pessoas de verdade, e não com pássaros, que de uma hora para outra batem suas asas e me deixam sozinho. Queria neblina, garoa, calmaria, cansei de enfrentar tempestades. Queria, uma vez na vida, ser feliz de verdade, completamente feliz.

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