segunda-feira, 7 de janeiro de 2013




















Pois quem comete suicídio, na verdade, não quer matar a vida, quer matar a dor. Imagino que seja como estar em um pesadelo que nunca se acaba. Como gritar e correr e a voz não ecoar, e as pernas não se movimentarem. Suicídio é resultado de uma morte anterior, por dentro. É uma das coisas mais tristes que existem nessa vida. Ao mesmo tempo, assassino e vítima. Empurrar e cair. Atirar e ser atingido. Querer viver e, ao mesmo tempo, querer matar o que quer que esteja corroendo o peito. Quem é capaz de se jogar de um prédio não precisa de um psicólogo ou um médico, uma vida nova ou a morte. Precisa de um alguém. Um humano de carne, osso e coração, que saiba agir como um amigo diante de tamanho medo de continuar vivendo. Não um psicanalista cheio de métodos científicos, fórmulas decoradas e frases feitas. Quem comete um ato tão grave quanto esse, precisa de alguém capaz de tirar sua dor e não um alguém que lhe receite comprimidos. Comprimidos alongam vidas, sentimentos verdadeiros a recuperam. Quantas vezes nos perguntamos como alguém tão rico, aparentemente feliz, com tudo o que todos sonham, acabam no chão de seus apartamentos com um copo d’água e uma duzia de pílulas? Simples, o essencial os falta. Dinheiro algum paga felicidade. É disso que estou falando, cultivar sentimentos e cativar pessoas. Esquecer os problemas e dar valor ao novo dia quem vem vindo. Valorizar a vida, porque ela é um milagre. Saber esperar, lutar e vencer. Saber agradecer, ouvir, estar ao lado de quem se ama e, assim, colher gratidão e amor. Acabar em seu apartamento com um copo de vinho e um amor ao lado.

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